Eram perto das doze horas quando a igreja principal do povão deu um concerto de campainhas e depois música religiosa com a benção para o povo. Cheguei perto da igreja e pedi para meu parceiro tirar uma foto ali para a posteridade.
Foi curto nosso tempo naquele povo de pedra e casas coloridas. Escondido no mapa como muitos outros, mas conservando a mesma estrutura de todos eles.
Pessoas detidas no tempo. tempo que é intransigente com elas. Pessoas que ficam imersas em quatro ruas. Algumas morrem acreditando que viveram plenamente e outras só deixam passar a miséria de suas vidas sem perceber o miseráveis que são.
Eu sou diferente deles. Minha miséria é tão consciente que o tempo para mim é uma desgraça.
Uma hora e meia depois de andar pelas ruas do povinho e alimentar meus sentidos com mais consciência, estávamos na estrada pedindo carona para o litoral.
A carona foi dada quarenta minutos depois por um desses seres gentis. Aqueles seres que tem poucas historias de grande conteúdo e com elas tiram pedaços de desgraça e podre de mim. Deixando ver a sobrancelha da existência por uns minutos. Obrigado don bigode.
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