sexta-feira, 30 de junho de 2017

Moderno

Percebe que a sua ditadura não vai ser eterna. Percebe que algum dia vai ser nada, como é agora. Percebe?. Não senhor, não sabe de nada. O poder é o estado mais perverso do homem. Neste estado consegue mostrar sua mente torta e malévola. No poder o homem consegue ser o pior que ele pode ser.

O pior somos todos nós. O pior é você que se esconde como eu, num mundo ideal. O pior esta por vir, nah. O pior já está indo embora pra trazer uma outra coisa pior. Eu já não escrevo com profundidade falou uma pessoa que me lé.

Eu realmente nunca escrevi, só dei umas de poeta. Eu não sei a métrica do assunto, nem a mistura correta das palavras. Eu não sei escrever direto rapaziada. Eu tome uma língua emprestada por que não conhecia as palavras da minha. Ainda hoje não as conheço. Hoje estou aqui numa sala, pensando que vai ser da seguinte linha.

As palavras brotam como árvores na areia, não vivem muito. Quantas músicas eu vi passar de moda. Quantas roupas e cortes de cabelo. Quanto dinheiro passo pela minha mão e eu não fui feliz. Porque, sempre soube que tudo estava errado. Até meu jeito de escrever.

O pior somos nós. Nosso ego é grande e cego. Nosso ego é a massificação da bosta. Pensa e logo desrespeita o teu par pelo fato de pensar diferente. Eu não me encaixo em nenhum grupo. Nem sou um filho da puta reacionário (só quando alguém pula uma fila). 

É tanto o vácuo nestas palavras sem significado. É tanta a minha desilusão pela vida que nem sinto ódio pela minha espécie. Só angustia de saber que realmente vai piorar o negocio. A natureza não mente e a entropia sempre vai aumentar. Assim como aumenta a desobediência civil. Assim como aumenta o ódio. Assim como aparecem armas na favela.

Percebe, realmente você percebe que vai morrer um dia e não vai levar porra nenhuma deste mundo. Percebe que eu sou um falador e troco um pouco de ideia com você que tenta fugir da loucura toda. Eu também tento fugir, eu também tento encaixar. Não vou falar mais aqui porque este poema ficou longo demais. 

O tempo passa amigo(a) e só quando estamos velhos e untados da merda toda é que a gente percebe. Percebe que falei serio, percebe. Obrigado por ter lido até o fim. Nestes tempos as pessoas só vem a metade e depois postam algum comentário especialista. Hoje só tem intelectuais falando desde uma montanha de escombros e fetidez. Eu estou no fundo dessa montanha. Percebe?

?

Acordei hoje, de novo. Acordei e fiquei sentado na cama. esperando não sei o que acontecer. Continuar dormindo?. O que eu quero?. A única coisa que eu tenho para te oferecer são perguntas. tenho só perguntas. Penso, qual foi o momento onde apareceram tantas perguntas?. O que eu fiz para ter elas perto de mim?.

Elas me seguem e se amontoam bem perto de mim. Ficam assim pertinho para chamar minha atenção e eu as invoco. Elas sabem que eu não as deixo para atrás e espalham isso para milhares delas que cada dia aparecem na minha porta.

Para que acordar cedo?, Por que tenho que ser feliz neste sistema social?. Dez minutos para as oito. Já estou tarde para minha vida diária. Já estou tarde para minha morte lenta.

Diminui um pouco a ansiedade, mas não termina. Ainda estou dando voltas na minha cabeça, ainda pulo livre pelo campo e navego na lagoa das perguntas sem respostas. Estou cansado e triste. Todo dia acordo assim e não sei por que faço as coisas que "tenho" que fazer. Por que?. A palavra transformou-se na pergunta mais fundamental. Por que?. A noite veio e me falou que hoje ia ser o dia de amar. Verdade. Eu vi e eu vejo as coisas mas além do que não sou. Sempre quero ser alguma coisa a mais.

Sempre, sempre, sempre. Não tem mais comparação, não mais medidas, não mais alegria. A vida não é alegre tem muitas coisas fortes e pesadas acontecendo cada segundo e eu não consigo assimilar 0,1% de tudo isso. O que, que é aquilo?. Oito e dez, cheguei no trabalho. Downloading........

sábado, 24 de junho de 2017

Almoço

Inspiração, minha saída. Passo a página do jornal do dia. Um dia X. Nas notícias só tem fatos repetidos. Como milhares de grãos da areia do mar passam pela minha frente, também milhares de sentimentos e desejos. más aquelas notícias sinistras e infinitamente iguais não mudam e continuam na tela.

"Amor se vá a minha vida". Eu começo a cantar essas letras que compus faz tempo, na minha terceira vida. Eu estou em divida comigo, mesmo tendo viajado, mesmo tendo estudado, mesmo tendo lido, mesmo tendo sonhado. A minha divida não deixa-me dormir no final das contas.

Tirando o journal da minha frente (ou seja abrindo outra janela do buscador web). Vejo que ela está fazendo alguma comida e grita pra mim, meu bem vc faz o arroz. Arroz branco e cheio de açúcar, arroz que me lembra quando não tinha nada na vida. Me lembra de hoje.

Eu não reclamo de barriga cheia. Não estou escrevendo sobre a matéria, tenho arroz e um ovo e para minha companheira isso é perfeito. Não tenho partido político nem nada contra os veganos. Só queria dizer que todos comemos o mesmo veneno. Ontem li a noticia: estão morrendo porcos em Estados Unidos. Meu pensamento foi: Por que morrem seres tão fofos e macios, enquanto milhares de pessoas pensantes fazemos meritocracia para morrer da pior doença possível.

Chega de escrever coisas sem sentido F, penso, ao mesmo tempo que tento terminar estes versos. Eles estão tão vazios como a minha própria vida, tão cheios de arte como o amor quando teve quinze anos. Estamos falhando ao mundo. Eu estou falhando ao mundo. Estamos falhando a as pessoas que nem chegaram ainda. Vacilões: somos nós. Eu fiz o arroz tá.