sábado, 16 de março de 2019

Naufrágios

Na escuridão do quarto, do último quarto da casa, vejo pela janela fechada todas as flores que não te dei. Uma a uma caem as folhas das árvores e uma a uma percebí todo gesto de amor que você fez para mim.

Lua das mil cores para esquimós. Vejo sempre teu rosto nela. Vejo também a incansável resistência do ser para mudar e parar de fazer tanta miséria. Como é possível de tanto exemplo bom que a natureza me deu, eu não aprendi nada!. 

Voltemos ao chão: nos dois, conquistadores de galáxias perdidas no espaço vazio. Colonizadores de nossa consciência e lendários guerreiros defendendo nosso ser. Adaptação é o nosso método de sobrevivência. Paciência tua do meu jeito e vice-versa.

Quantos momentos bons, quantos desejos reprimidos. Me acostumo com minhas banalidades e deixo-as do lado de fora. É, entendo agora. Eu não entendo nada.

Vivendo de versos para satisfazer minhas paixões perdidas sem lutar na batalha. Todo meu respeito é para ti, me inclino a você e deixo muitas coisas trás de mim. O movimento é reciproco, não poderia esperar menos do espaço vazio.

As letras chegam e me absorvem como se fosse um material escuro. Eu quero decifrar o código deste mundo tão complexo, porem só tem uns e zeros, e eu não sou bom com a engenharia reversa. Talvez qualquer dia consiga decifrar um verso, e a primeira pessoa que contarei essa proeza sem dúvida, será você.

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