As árvores nascem no seu tempo. Tempo que é longo para mim, mas para as árvores é um instante. O tempo meu é curto, assim como minha visão do mundo. Hoje entro de paradigma em paradigma até atingir o infinito e não acho tua voz em nenhum deles.
A tua voz foi e sempre será maravilhosa de ouvir. A tua voz é tua entrada na minha memória desde o momento que eu te sonhe, quando te conheci e até hoje.
Se volta-se na vida como a terceira vez que voltei, continuaria como hoje com tua voz na minha memória. Aquela voz que acalma meu ser, aquela voz que relaxa minha alma. As vezes eu saio voando por aí e chego numa árvore.
Desde as árvores percebi que elas tem seu tempo. Tempo que é mais longo que o nosso. Tempo detido medindo cada pequeno movimento da árvore com a precisão de um reparador de sonhos. Tempo belo que permite olhar milimetricamente cada instante, cada processo da árvore.
Hoje fiquei triste, porque teve que cortar as plantas do meu Jardim. Elas estavam grandes, grandes para mim. Depois de corta-las fiquei tranquilo porque eu sei que elas sabem que em duas semanas será o nosso reencontro.
As árvores vivem no seu tempo. A gente morre cada dia um pouco mais que antes. As árvores tem tudo o tempo do universo. A gente tem pressas não necessárias.
Hoje foi voando por aí e cheguei em outra árvore. Observei ela durante dois segundos e depois eu foi um velho. Um velho que aprendeu que as árvores tem seu tempo e que não consegue esquecer tua voz ainda hoje que é como a décimo primeira vez que volto nesta vida.
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