quinta-feira, 4 de junho de 2020

As três Marias e os dois ancianos.

Cheiro de flores noturnas, ela veste seu casaco vermelho. Cor linda de vestir. Entre agulha é fios costura seu coração. Com um sutil e simples nó que repete-se milhares de vezes. Mostrando para mim que a continuidade são pequenos passos.

Noites de pensamentos e lembranças de amores, ela olha para mim e pergunta se esta todo bem. É o jeito de ser magnânima. Sempre quero voltar naquele parquinho, fazia-me bem. A casa do velho é um achado, um castelo no meio de um oásis de pessoas queridas. Sempre estávamos ai. A rua e a casa contam historias no dia e na noite, sempre ouve-se o vento levando palavras de lugar em lugar, de pessoa à pessoa.

Achada e perdida, retoma a linha de novo com a precisão que a abelha possa na flor para extrair o néctar que da vida ao ninho, Assim ela da vida a diversas criações que são fruto das suas lutas internas. Um universo mora ali dentro, onde não consigo enxergar.

Sentada na cadeira, do lado de fora esta a outra ela, que fica assutada quando me vê, porque não entende esse meu jeito de brincar. Preta, quanto dera por um último passeio.

Sinto para fumar um cigarro, naquele cantinho que não deixa bater a luz do sol, porem não é escuro. Degraus que guardam historias também, e ainda hoje devem estar escrevendo muitas outras. Eles são dois irmãos um já tem o cabelo cinza, é o mais velho. O outro gosta de se vestir bem e anda tudo tudo.

Eu conversando com eles e aparece a outra personagem de este verso. A maravilhosa, a charmosa, a incontrolável, a indomável. A geniosa mais companheira que já conheci e para qual nunca o amor é suficiente. Ela suga de um jeito que tenho de ficar esperto para não morrer afogado pela sua intensa presença.

O que esta fazendo?, pergunta de longe para mim a costureira de sonhos.
Nada, pensando. Respondo.

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