Estranhos momentos de felicidade acontecem na minha frente. Uma mulher observa meu jeito de agir e pensar. Ela fica detida no tempo, tentando decifrar a emaranha de acontecimentos que passam pela sua frente sem parar.
Eu sou dela neste instante de tempo e neste espaço vazio. Eu sou dela agora, mas depois não sei. Podem acontecer tantas coisas que tenho medo de agir na frente dela. Amor conserva tudo o que você idealizou até agora e deixa de lado estas vísceras que não sabem cuidar de você, que nunca cuidaram de ninguém.
Eu já morri varias vezes. O final de um relacionamento é isso, é a morte. Logo renascemos e somos revitalizados por um novo amor. Sempre penso que vai ser diferente e é, por um período de tempo é. O tempo de exploração do desconhecido aparece e mergulhamos num universo cheio de prazeres deliciosos.
Reencontros de vidas passadas, pasta e vinho na noite, um filme como escusa para ficar juntinhos em abraços e beijos, conhecer teu corpo e você indagar pelo meu. Compartilhar um café nas tardes com discussões e conclusões de quanto miseráveis e patéticos somos todas as pessoas deste planeta.
Os períodos de felicidade no amor diminuem exponencialmente com o tempo do relacionamento. Devido que esgotamos todos os elogios e começamos a perceber as falhas. E assim nós deslocamos num mar de defeitos. Eu tenho bilhões e eu sei disso. Eu quero compartilhar-os civilizadamente com você.
Posso falar para você que eu não tenho jeito, mas a verdade é que não tenho jeito. Vamos concordar que somos diferentes, cada um é o que é. Vamos caminhar juntos levando em conta isto e tentar viver com um por cento do amor do começo do relacionamento.
Estranhos momentos de felicidade acontecem em nossa frente no meio de tanta banalidade, idiotez, ego, bobeira, mentiras, em fim. Estranhos momentos de felicidade acontecem em nossa vida, no meio de tanta humanidade.